Podemos nos divertir e rir, viver descontraídos, leves,
tranqüilos, mas não podemos nos desleixar quanto aos conselhos sábios,
transmitidos pelo nosso Criador, através das Escrituras Sagradas. É preciso guardar a serenidade da sabedoria para
rir com a proteção da sensatez. A mentira não pode ser considerada estratégia
de humor, um meio para fazer rir. Mesmo que desperte alguma risada aquela cara
de bobo do enganado, mesmo que sejam risonhos os efeitos de uma mentira
inocente... Não podemos nos dar ao hábito. Porque este costuma formar o caráter
e o destino, por conseqüência. Aquela antiga parábola popular do menino que
enganava a todos, fingindo se afogar, e, mais tarde, quando estava realmente se
afogando, não fora salvo porque achavam que ele estava fingindo... Lembra?
Nossos avós nos contavam. Pois é uma história singela e, por isso mesmo, merece
toda a nossa atenção. Primeiro, devemos lembrar que toda mentira tem o objetivo
de enganar, seja por brincadeira ou por interesse, sempre rouba alguma coisa de
outro. Está embutida na mentira a velha e nociva competição entre as pessoas,
aquilo que sempre impede a fluidez do amor. Então a mentira é instrumento de
competição. Diz um compositor brasileiro que “para acabar com a malandragem tem
que prender todos os otários”. Nem funcionaria, mesmo que não fosse injusto. Porque
entre os malandros, um engana o outro. Aliás, os malandros se enganam, quando
acham que obtiveram alguma vantagem sobre sua vítima. Eles não sabem, assim como os
otários, o que acontece no mundo espiritual, não enxergam o tribunal, não
percebem como acontece a justiça final. Os malandros não têm idéia de como e o
quanto pagam, quando tiram algo de outro. Então, precisamos ser humildes porque
não sabemos de nada. E quem sabe diz que a mentira é pecado. O maior engano do
malandro é a respeito de Deus, pois sua malícia não suporta a obediência. Não
consegue pensar que, quando o Pai que nos ama infinitamente diz pra não fazer
algo, é porque aquilo vai nos fazer mal. Porque o malandro, ao crescer em malícia
e temer sempre ser enganado, desconfia de tudo. Então, pra ele, o pecado é puro
prazer e sua proibição, uma tentativa enganosa de algum estraga-prazer. O
malandro não consegue imaginar que alguém lhe queira bem. Porque ele se
acostumou a querer se sobressair sobre o outro, vai sempre achar que todos agem
assim, construindo dessa forma o seu próprio inferno. Por ser hoje o dia
primeiro de Abril, dedico este artigo aos otários com uma citação de Jesus: “bem
aventurados os que têm sede de justiça porque estes serão saciados”.
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