segunda-feira, 14 de julho de 2014

Bastidores


Nos bastidores, em que se desenham candidaturas majoritárias, muitas lideranças são interrompidas no crescimento, muitas sementes são impedidas de se lançarem ao solo carente, esse cenário político empobrecido de idealismo e de verdadeiro compromisso com o povo. O Brasil precisa de mais políticos de bastidores desprendidos, idealistas, que saibam valorizar os jovens talentos, que saibam estimular a participação popular, que não se prendam a interesses, que não tenham medo de alimentar a ascensão de alguém livre dos vícios, ou seja, fora da "panela". Porque é disso que o nosso país precisa. O verdadeiro líder é o que promove o crescimento da equipe, seja no governo ou na oposição, oferecendo espaço aos mais entusiasmados, sensatos, honestos e, portanto, corajosos. Não se exerce liderança com repressão. A verdadeira liderança é motivadora, libertadora... Os partidos brasileiros, com raras ou talvez desconhecidas exceções, é uma mesa cheia de pratos fartos de gostos variados, mas dominada por uma minúscula panelinha, quase sempre amarga, protegida por estatutos e astutas articulações. A participação é inibida. Dificilmente, promove-se disputa de chapas para as candidaturas executivas, a pretexto de não possibilitar racha no partido. Esse pretexto esconde a manipulação de dirigentes que temem o surgimento de novas lideranças. Pouquíssimos mandam e retêm o poder interno dos partidos, tolhendo qualquer manifestação espontânea de liderança nova. Por isso, são sempre os mesmos que disputam as eleições majoritárias. Mas digo que se algum partido brasileiro fosse ousado suficientemente para lançar alguém novo à Presidência do Brasil, com mentalidade totalmente livre do padrão desgastado e infértil, teria muitas chances de ganhar as eleições deste ano. Enganou-se quem deu como provável a vitória da Dilma. Se ela se reeleger é porque não surgiu nada novo. Pois o brasileiro está cansado, desanimado, incrédulo, caminhando a passos largos para a desesperança na política, o que seria um desastre. Digo "seria" porque mantenho ainda a esperança de uma extraordinária reviravolta. Digo aos dirigentes partidários, cujas siglas orbitam o PT ou o PSDB: vocês estão conformados com a condição de coadjuvante dos seus partidos porque não sabem o quanto poderiam colaborar com a nação brasileira, motivando filiações dos jovens e estimulando o surgimento do novo.

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