Nos bastidores, em que se desenham candidaturas majoritárias, muitas lideranças são interrompidas no crescimento, muitas sementes são impedidas de se lançarem ao solo carente, esse cenário político empobrecido de idealismo e de verdadeiro compromisso com o povo. O
Brasil precisa de mais políticos de bastidores desprendidos, idealistas, que saibam valorizar os jovens talentos, que saibam estimular a participação popular, que não se prendam a interesses, que não tenham medo
de alimentar a ascensão de alguém livre dos vícios, ou seja, fora da "panela". Porque é disso que o nosso país precisa. O verdadeiro líder é o que promove o
crescimento da equipe, seja no governo ou na oposição, oferecendo espaço aos mais entusiasmados, sensatos, honestos e, portanto, corajosos. Não se
exerce liderança com repressão. A verdadeira liderança é motivadora,
libertadora... Os partidos brasileiros, com raras ou talvez desconhecidas
exceções, é uma mesa cheia de pratos fartos de gostos variados, mas dominada por uma minúscula panelinha, quase sempre amarga, protegida por estatutos e astutas articulações. A
participação é inibida. Dificilmente, promove-se disputa de chapas para as
candidaturas executivas, a pretexto de não possibilitar racha no partido. Esse
pretexto esconde a manipulação de dirigentes que temem o surgimento de novas
lideranças. Pouquíssimos mandam e retêm o poder interno dos partidos, tolhendo
qualquer manifestação espontânea de liderança nova. Por isso, são sempre os
mesmos que disputam as eleições majoritárias. Mas digo que se algum partido
brasileiro fosse ousado suficientemente para lançar alguém novo à Presidência do
Brasil, com mentalidade totalmente livre do padrão desgastado e infértil, teria
muitas chances de ganhar as eleições deste ano. Enganou-se quem deu como provável
a vitória da Dilma. Se ela se reeleger é porque não surgiu nada novo. Pois o brasileiro
está cansado, desanimado, incrédulo, caminhando a passos largos para a desesperança na política, o que
seria um desastre. Digo "seria" porque mantenho ainda a esperança de uma extraordinária
reviravolta. Digo aos dirigentes partidários, cujas siglas orbitam o PT ou o PSDB: vocês
estão conformados com a condição de coadjuvante dos seus partidos porque não sabem o quanto poderiam colaborar com a nação brasileira, motivando filiações dos jovens e estimulando o surgimento do novo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário