sábado, 18 de outubro de 2014

Exemplos


Li uma frase esses dias que me ajudou muito a meditar sobre o atual comportamento político de alguns brasileiros, principalmente nas redes sociais: “Ensinamos com o que sabemos e educamos com o que fazemos”. A troca de acusações e os ataques dos candidatos acabam estimulando os seus seguidores a discutirem política no mesmo tom, ou pior... O que vemos é um comportamento tirano, em vez da boa convivência com a democracia. Observando isso, precisamos ampliar o debate sobre Educação. Valorizamos o tema, mas o resumimos aos investimentos na área de ensino e formação profissional. Penso que a responsabilidade dos governos sobre a educação popular é mais ampla, quando se trata do preparo que produz um comportamento individual ou coletivo mais adequado para a boa convivência social. O amor ao próximo não anula as divergências nem o debate produtivo, ao contrário, eleva o nível e mantém o foco na busca da verdade e na seleção das melhores ideias e não na competição humana em que um tenta desqualificar o outro com ataques e acusações. Acho necessária uma maior valorização e proteção da cultura da família, tão prejudicada pelas estratégias de consumismo. A família ainda é o ambiente ideal para o amparo e a educação de crianças e jovens. Considero importante para os governos utilizar melhor suas verbas publicitárias e, em vez de fazer auto-propaganda, promover valores humanos voltados para a proteção às crianças. Faltam mensagens de educação ambiental que estimulem a cidadania no conjunto de tudo que é exposto à sociedade. Pois a escolha da mídia obedece ao mercado que visa o lucro. Cabe às instituições públicas equilibrar e combater essa tendência que atenta contra a vida. Como sou contra a censura, defendo a competição das ideias e acho que cabe ao poder público a defesa das virtudes, contra as mensagens que induzem o homem ao erro. A propaganda pública deveria servir para a construção de uma sociedade melhor, transmitindo com argumentos e exemplos as boas maneiras de convivência, essenciais para a democracia. Isso é educação pública, desde que se faça pela cidadania, sem interferência de ideais partidários. Mais importante que isso, no entanto, considero o bom exemplo das autoridades. Um mau exemplo dado por um líder político pode não ser seguido pelo povo, mas causa desânimo e tristeza a muitos cidadãos honestos e cumpridores dos seus deveres. Alimenta a cultura de "tirar vantagem em tudo". Os bons exemplos, entretanto, podem produzir um grande entusiasmo e mobilizar toda a nação para um caminho melhor. Tem uma frase do Caetano que sempre estimulou meu otimismo e que ajuda a enxergar a misericórdia de Deus: "é incrível a força que as coisas parecem ter quando precisam acontecer". O nosso bom Deus haverá de nos dar essa nova história que precisamos tanto. Sonho, oro por isso e acredito que todo o povo brasileiro ainda dará exemplo de verdadeira cidadania, portanto, de uma política sadia, clara, justa, baseada no amor ao próximo.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O perdão


Se você tem dificuldade de reconhecer um erro, cuidado. Seu ego pode estar lhe escravizando e você não percebe. Quando cometemos um erro, nossa consciência acusa. Sentimo-nos mal com o que fizemos. Porém, muitos são os argumentos para adoçar esse gosto ruim, minimizar o peso, disfarçar o cheiro. Se estamos rodeados de bajuladores, ainda temos empurrões externos que nos ajudam na cegueira crônica. Um “amigo” invejoso também nos empurra: “você está certo, siga em frente, seja firme”. Os argumentos de agüentar a pressão usam o termo coragem de maneira incorreta. Coragem tem quem enxerga os próprios atos com uma avaliação isenta, sem a predileção pela satisfação egocêntrica. Coragem é de quem consegue sair de si para se olhar com o olhar das vitimas dos seus atos egoístas. Se você prefere se confortar na afirmação de que “os outros que se lixem”, deve saber que está vivendo sem se deixar lapidar, sem crescer, sem evoluir... A lixa de que se fala, lembremos, é a ação de Deus (ou da vida, como muitos preferem falar) para nos lapidar. A disciplina de Deus para o nosso aperfeiçoamento. Costumo dizer, quando alguém fala de uma pessoa que melhorou seu comportamento: “Deus disciplina a todos”. Mas tem quem resista porque recusa a disciplina, rebelando-se e procurando manter o jeito de ser, com dificuldade para reconhecer os erros. O problema é que consegue adiar uma mudança, mas não cancela o infortúnio que seus pecados cavaram e que só se agravam, quanto mais passa o tempo ou você tenta maquiar. Considero de grande pedagogia para a evolução humana o processo eleitoral do Brasil. O PT alcançou muito avanço na área social, melhorou a vida dos mais humildes brasileiros, mas errou por outro lado, permitindo a continuidade e até o agravamento da corrupção. Não reconhecer esse erro está sendo o grande problema para se manter no poder. Uma parcela significativa dos militantes do PT, que adora o partido como se a ideologia fosse seu deus, pratica a idolatria. Ou seja, coloca o partido acima da verdade e da justiça. A Palavra de Deus diz que devemos amar a Deus acima de tudo e ao próximo, como a si mesmo. Se colocamos uma agremiação na frente de tudo, agiremos contra nós mesmos, desvalorizando a vida e a liberdade humana. A postura de alguns militantes é tirana, pois discutem política com disposição para ofender um eleitor comum. Não podemos prever o que vai acontecer, mas digo com experiência de muitas eleições e acompanhamento de pesquisas qualitativas que, se o PT reconhecer os erros e pedir perdão por eles, uma parcela decisiva da população pode lhe dar a vitória. E se não der, pelo menos o partido manterá saúde para as próximas eleições.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Com paciência...


É no enterro da semente que cresce uma árvores cheia de frutos e mais sementes. Foi na crucificação de Jesus que floresceu a fé com frutos de paz, esperança e amor. Concluo, portanto, que é na derrota da sinceridade, da honestidade e das boas intenções, que creio germinar novas forças pelo bem comum. Não sabemos interpretar os caminhos de Deus, mas vislumbro que Ele amadureça o amor no coração da humanidade com sutileza, sem pressa, transformando o mal no bem, a morte na vida, a derrota de algumas batalhas na vitória da guerra, com o seu poder e sabedoria ilimitados. É comum aos cristãos serem humilhados, maltratados, torturados, martirizados... Porque o coração que está em Deus atrai atrocidades, ódio, zombarias, mas perdoa e nesse perdão reside a semente da mudança. O ato de perdoar frutifica amor que gera e multiplica as boas ações. Tenho plena fé em Jesus Cristo, portanto na salvação de quem se arrepende dos pecados, e na preservação deste mundo, quando o mal perecer. Porque o nosso Rei tem o controle de tudo e, embora a impiedade e a ganância transmitam a fugaz sensação de vitória, desviando valores, distorcendo a interpretação sobre a elegância e paciência de Jesus, o bem vem brotando... Século a século, geração a geração...

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O imponderável


A excessiva valorização das pesquisas eleitorais quantitativas, da forma como é apresentada para os eleitores pela mídia, desvia o debate político para uma espécie de corrida, produzindo uma visão superficial do processo. Os candidatos investem tempo, dinheiro e esforços para dizer “estou na frente”, “vou para o segundo turno”, “estou subindo, vou chegar, vou passar”... Em vez de se posicionar sobre os diversos temas da administração pública e, principalmente, de tornar claro o espírito do pretendido governo. Esse comportamento flagra que até os candidatos e seus assessores se perdem no processo, observando como torcedores, a movimentação dos números na estatística da opinião pública. Vejo que alguns se abalam com os resultados das pesquisas da semana. São os mesmos que festejaram os da semana anterior. O candidato que diz “não acredito em pesquisas” é o mesmo que adora falar delas, quando está na frente. Porque não é o caso de acreditar ou não. Os institutos não manipulariam os resultados porque qualquer pesquisa feita pelos próprios candidatos ou encomendadas pelo órgão de comunicação rival desmascarariam os números forjados. As pesquisas encomendadas por alguns candidatos, sim, quando o instituto não preza pela reputação e prefere o dinheiro imediato do que a credibilidade da empresa. Já vi muitos casos de candidato pedir para alterar números com o intuito de mostrar até aos assessores mais próximos, como forma de encorajá-los na disputa e, assim, não perder apoio de prováveis oportunistas, do tipo que fugiria ao primeiro sinal de naufrágio. O cerne da questão é que uma pesquisa quantitativa é mera fotografia (ou radiografia) de um momento. Todos sabemos que política é dinâmica e que os fatos acontecem. Um fato novo pode mudar o resultado. Um acerto ou (e principalmente) um erro de comunicação pode mudar o quadro, de repente. Uma descoberta, por exemplo... A conclusão de uma investigação... Ou mesmo uma fatalidade, como a do Eduardo Campos. Devemos lembrar que a política é como a vida, ainda mais intensiva: o imponderável pode mudar os rumos das coisas a qualquer momento. Tenho orado muito pelo Brasil e sinto no coração (venho dizendo isto, neste blog, desde o ano passado) que Deus vai oferecer ao país uma grande transformação, a partir destas eleições. Assim, como espero em Deus o porvir nesta terra e no Reino dos Céus, tenho fé de que o Brasil será uma grande nação, um exemplo para todo o mundo.